quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Perpétuo



Trata-se de um poema,

de uma história sem tema,

inexistência apaixonante,

um deserto, uma riqueza,

puro sinónimo de beleza,

onde a simpatia se alia à dita alegria,

elegância de uma pluma,

que me consome o desejo,

imagino essa felicidade num beijo,

o medo dissipa-se sem jeito,

nos recortes do tempo,

neste perpétuo e solitário momento.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Dimensão

(Aurora Boreal - Suécia)



A madrugada como que adormece,


sorridente,


as horas acontecem,


inconscientemente,


o incerto atrai,


duvidas e certezas,


expressões escondidas,


desconhecidas,


pensamentos incertos,


distantes,


somos a indefinição do nós,


especiais,


sentimos,


vivemos,


mas procuramos,


somos metamorfoses,


impulsos,


homens reais,


viciados,


puros no entretanto,


num suspiro,


ofegantes,


pegamos,


pacientes.

domingo, 20 de novembro de 2011

Perspectivas



Eu, manipulo o seu olhar,
encarnando personagens com alguma relutância,
presumo fazer parte de um espaço presente em ti,
numa atitude coordenada de actos indisciplinados,
num gesto de malabarismos mentais,
como se crê-se, pudesse e fizesse,
e não mais acordar!

Olho os rostos entristecidos que me acompanham,
casuisticamente criados e desfigurados na realidade doentia,
absorvidos numa cidade louca que me suga,
que me desidrata, que me consome o corpo, que me fascina!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Golpe




Hoje, de mim, nada mais que o desencanto permanece,

das coisas que toquei, num suspiro se dissipam,

um pouco mais de ti, do sol que em mim se ausenta,

um resto do violeta que outrora ocultou-se em ti.

Errei entre os demais, falhei no verbo,

fascínios de um triste atordoado,

perdidos no quase princípio, no quase terminal,

o quase amor, o quase triunfo no jeito da expressão.

Em tudo, assisti a um começo, embora tudo errado,

a dor que se perde, quase se findou,

vontades que se foram, aquelas que fixei,

ogivas em torno do culto, encontro-as fechadas,

braços heróicos, desinteressantes, crentes no sossego,

num ímpeto errado, tudo expresso, tudo errado.

Num golpe, num estádio vácuo crescente,

eu fico aquém de permanecer em ti,

despertando a fúria divina do assombro pactual,

dissipado de dor, quase presente, sinto-te!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Luxúria

... da janela observo princípios,
com o cheiro riscado em horizontes,
vejo as folhas morrerem como miragens
pergunto qual o sabor do teu perfume,
se vale o esforço de tentar,
preciso sentir ciúme,
resistir ao medo e avançar,
debaixo de uma luxúria constante,
observas o pensamento inspirador,
desfaço-me em uma presença longínqua,
por mais perto que o teu corpo esteja do meu,
confundo o verbo perder,
conjugado numa farsa imperativa, vive-me!

domingo, 9 de outubro de 2011

Jet Lag

Deixa sussurrar
o silêncio consequente,
tristemente disfarçado
nas gavetas perto do cerrar
numa prosa vulga em respostas,
quero sonhar-te,
nesta constante confidência,
neste fervoroso objecto eloquente,
fortuna de bem falar,
mesmo que por instantes deixes de ironizar,
um subjectivo que me faz sorrir,
num labirinto ainda por descobrir,
não me deixes mentir,
pois sofro em não saber,
se ainda me consigo ser,
nestes falsetes meus,
num perfeito demasiado triste,
resumido a um último adeus!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Color me free!




Imagino as cores como elas não são,


como que se os domingos permanecessem inócuos,


a presente textura da solidão.


Imagino se a dor tivesse uma música,


ou se a brisa cheirasse a baunilha,


o oceano rabiscasse na queda da paixão,


o insensato prescrito na vaga da tertúlia,


Como se o para sempre fosse um até já,


ou, simplesmente um minuto daquela hora!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Soberba




Afogo-me em visões ténues delicadas,


vagueio por caminhos rotos pelo dia a dia,


ofendo metáforas criadas na inveja


pressinto que o ciúme em mim me fascina


o quão as pessoas não me fazem falta,


assisto ao nada que tudo me dá,


digo sim à solidão,


e crio o sentimento em pautas de pura imaginação!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Frio



Interruptamente no aqui disperso,

persisto em imaginar

estas incessantes loucas palavras

definidas no traÇo comum

na originalidade do teu toque,

num poema longe de rimar,

escrito e apagado por um dueto qualquer

entristece-me suavemente,

numa pobreza arrogante

que persisto em não esquecer,

num culminar de sensaÇões

que ainda sinto querer!


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Adagio



... o ritual estabelece a ligaÇão ténue entre o ausente,

o teu rosto? cavado de angústia envolto do retalho vital,

esmorece ao ritmo melódico evasivo do teu olhar,

guardando minuciosamente aquele passado,

o verão quente no recreio, loucos anos,

fugaz perpendicular!


Saboreio o amargo remanescente,

decorrente dessa experiência inacabada,

mártir dessa vida que outrora alguém invocou,

que por capricho outorgaram a minha conduta,

que por deleito a posso findar a meu belo prazer!


Receio o enquadramento social desalinhado,

a linha erradamente traÇada sem o meu consentimento,

a audácio de me provarem a cada instante,

Resisto ao adágio fundamentalista assustador,

transforme-me, desconheÇo-me e por fim... morro!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

(in)acabado!

... mas sem nunca nos tocarmos um abraÇo permanece no existir,
o toque é indolor à tua presenÇa, disperÇa-se!
Naturalmente, na ausência do toque o beijo sente-se sem paladar,
mas preenche-me o saber que estás, aí!

Manobro paixões em movimentos desconhecidos do tempo,
onde actrizes invertidas tocam-se em pautas de magnetismo inacabado,
dispersas na impureza do natural, deixando-se observar,
comunicando em mentes inaladas por contornos públicos.

Finjo permanecer no espírito estável que na volta ausentou-se,
audácia em descobrir, nostalgia das origens reportadas,
sofro, maltrato-me, desespero pelo que deixei, tortura!

... as lágrimas percorrem-me o corpo em danças desalinhadas,
em quadros sentimentais que se desvanecem em mim!

tenho saudades do que fomos, menina... *


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Constância




Interruptamento escuto hipocrisia na inteligência do se ser humano,

egoísta!

Mentiras de jogos e falsidades,

num rasgo de inveja clara daquilo que não se é!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Deleito



Sabes que a vida já se findou em cabeceiras de verniz.

No amanhecer tão incerto, acordar que ainda não o sei,

Abraço o tecido do paradoxo

e depois permaneço no eterno juízo.

Vou perdido na escuridão,

Maquilho os dias a meu belo prazer.

O mudo silência felicita-me, ternura,

Sem nunca rever as cabeceiras.

As legendas são distintas, ornatos de rímel,

num espelho desfalecido.

Uma cabeceira envolve-nos na morte,

para quando a fatiga se apodera dos mortos e se mortalizam,

pertencentes às mãos!

Procuro a construção desse manjar,

o poente que germine a minha vida,

o ausente que me acompanha junto à cabeceira.

Nela, travam-se conversas e histórias,

Entre palavras e madeiras, esculpidas no suspiro, alento!

Caminho sobre pensamentos,

onde o inanimado se eterniza.

Percorro as luzes que se apagam,

e deito-me junto a ti, minha cabeceira!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sufoco





Asfixiando, nesse sufoco sentido,

Percorro o trilho do teu corpo

Que outrora verteu o que há em mim,

O lixo da mentira preso nos teus lábios

Transformado em letras monótonas,

Sem voz, sem presenÇa... Ódio!


Grito em silêncio,

Onde a farsa tende em chegar,

Haja aversão ao ridículo,

Ao teu olhar indegesto perpetuo

Ao toque, ao beijo, a ti!


Fuga à esfera cínica que me vicia,

Que me consome num ângulo inverso,

Resistindo, averso aos movimentos
Ó tortura, dor... penitência!


... morro!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Veneno





Podre! O sentimento que fingi sentir apodreceu,

Perpétuo o rosto semblante que na despedida prostou-se,
Em gestos fracassados naquele olhar terno,

Naquele toque, naquele beijo que, por fim, morreu!


Fraco! Fracacei naquela transcrição,

Pouco me importa quem amo ou creio amar,

Talvez o sonho que na despedida ficou,

QuiÇa a tortura do teu olhar porventura findou!


Indiferente! A quem o sou, a quem me sente,

Jamais habilitarei o sabor que me segue

A ambiguidade que me ausenta,

O desejo inacabado que me ostenta!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Lisboa, o retrato!



Sacudo os restos entristecidos da obsessão,

PertenÇo aquela criatura dimensional da realidade que me adoece,

Consumida nesta louca cidade que me suga,

Que me desidrata os lábios em bairros de frustração,

Construídos em ténues vibrações de um gesto,

Onde o aroma vicia esta nossa criação,

Este projecto racional que me (per)segue,

No submundo disfarÇado em rostos pálidos,

Que rotina o meu pensamento enclausurado,

Nessas perdições de esquinas vulgares,

Agendadas em pedaÇos de papel,

Que baloiÇaram entre um sorriso e o maldizer,

Cidade de demónios e caminhos tenuosos,

Que eu percorro em mim,

Num sopro desesperado, num grito de ternura!

Não, preciso de o ser!




Não! Preciso de o ser,


de não acreditar,


de conseguir não sentir,


Não te perco, nem te vejo, não quero saber...


Não desisto, confio!


Estás presente, ou não! Talvez, porque sim!




***não estou!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Chuva



Hoje, hoje sinto saudade...

Sinto-a desde o momento em que não te vi,
Um sentimento de culpa?

Talvez ausência ou depressão,

Uma expressão com sabor a perda,

De quem ainda te sente.

Permaneço em recordações,

Reencontro-te nas minhas fraquezas,

Dos tempos desencontrados nos instantes,

Das emoções absurdas que me iludiram,

Do sentimento perfeito que gaurdei,

Chuva divina percorre meu rosto,

Arrependido do que não escolhi e fugi,

Na esperança da tua presença,

Neste espaço invadido em mim, em ti!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Enterro da Gata '11

Quero lá saber se a GATA está verde, azul, amarela, encarnada ou preta!


O cartaz? Dos mais fraquinhos dos últimos anos!

MotivaÇão: um fim-de-semana boémio de (re)encontro de amigos! :)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

domingo, 17 de abril de 2011

Hoje!


Arrepios tentadores de pura provocação,

profundamente denunciadores de gestos perdidos,

vincados por rasuras da ignorância fértil.


Observo gavetas que escondem segredos de luz,

Sonhos de papel envidraÇados em tela,

Analiso perdido coisas que nada vejo,

Vontade dispersa no ausente do tudo a que assisto.


Hoje!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Asfixia

... e ali permanecia, perpétuo, inquieto, observando o vento dançando entre mim, com o mar os beijos gelados que me acariciavam a face, aquando a envolvência corporal aquecia o desejo impuro, que impunha o constante baloiçar na definição atraente do olhar de não saber... ser-se!

Sinais

Abraço-te, desconhecido! Perco-me em ruas, ciente daquilo que vês, viajando em contratempos. Perco-me em ruas, ausente daquilo que sentes, simples viagens num presente distante, esperando no passado um murmúrio de alfabetos, frases em que possa descrever-te! Perco-me em ruas, onde encontro o que tu vês, pegadas pisadas ausentes de danças cruzadas, em reflexos primários em tons de preto e branco, diluídos em sopros de imagens, mensagens presentes, público! Perco-me em ruas, respiro visões, onde assisto à nudez da luz encoberta, cigarros fumados descrevem o teu caminho, odores singulares esquecidos em experiências coincidentes, Inspiro! Não te vejo, em ruas perdidas... Vejo-me!

terça-feira, 29 de março de 2011

Caos


Sozinho me encontro,

Icompleto pertenço-me,

Neste ambiente tão distante de mim,

Incuto o caos organizado que me afasta,

Que me distrai o pensamento,

E asfixia-me de alegria,

Numa intolerância sem fim,

Onde o tempo inspira magia!

sábado, 12 de março de 2011

... e o tempo parou :)


Escuto o frio de tudo o que se passa

Finjo esquecer-me do presente

Que o tempo parou,

Que o texto ainda não terminou

Talvez porque não saiba qual o seu fim

A dificuldade em conjugar-me

Em remeter-me a uma hipotética análise

Sem ter que descrever o que digo

Sem ouvir o barulho que lá fora mudou

Naquele momento em que o tempo parou! :)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

(des)gasto!


São rostos desgastados

descontextualizados de sentido

apagados de memórias guardadas

perdidos nas juras momentâneas.

O rumo é o meu guião,

Os traços a minha razão,

O contexto a minha paixão

Tu, o meu alento

e tudo o meu abraço.

Perdido na áurea, asfixiado!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Lê-ME


Escrevo para quem... lê-me,

Para quem desconhece-me

Quem em mim não se revê, escrevo-me.

Para o presente que de mim está, esqueço-me!

Escrevo para o ausente,

Que em registos acompanha-me

No auge ferido do compreende-me!

Insisto em viver, iludo-me.

Escrevo para aquele que não lê-me,

Para quem desconhece-me

Para aquele que em mim, inspira-me

Ao tempo que... regressa-me!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

|Puta|


\Quando a noite surge\

\Acordas para a vida\

\Não vives... Sobrevives! \

\Tomas o teu banho\

\O espelho aconselha-te a PARAR!\

\Incentiva-te à reflexão\

\Choras, estás cansada, mas não dizes NÃO!\

\Borras os lábios, vermelho, o teu baton favorito\

\Roupas provocantes e preparada para a rotina\

\És mulher, submissa\

\O cliente aproxima-se, f***** e paga\

\Quanto é? ... €\

\Cospe nas notas e sopra em direcção ao teu rosto\

\És um objecto, descartável...\

\Mais um cliente, mais um "frete"\

\Pena de ti... do teu Sofrimento, PUTA!\