domingo, 29 de julho de 2012

Resta-nos, a Solidão!



Passo a passo, ficamos sós,
Por momentos recordados ou esquecidos,
Como se de guetos ou ruelas se tratassem,
Chegado o instante de identificar as memórias,
Para subscrever um beijo epistolar,
Embora que estupidamente desejado.
Ausentes sem terem morrido,
Vivos dementes, defuntos numa lucidez louca,
Vemos a vida ser respirada por outrem,
Descobrindo nesse estilo que não nos pertence,
A inutilidade da nossa existência,
Numa dissimulada paciência em conter a nossa vida.
Vemos pela janela entreaberta,
O sol quente vivo de inverno numa alma esquisita,
Que versatilmente assaltam os meus sentimentos.
Assistimos à anulação firme e destemida,
De um nome vulgar, algo humano,
Num mundo que não nos pertence.
E tudo aquilo que era lúcido e sentido em nós,
Num doce momento se transforma em pura solidão.

domingo, 22 de julho de 2012

A ti.





Onde estarás tu minha querida luxúria? Tenho saudades. As lágrimas que me caem no rosto parecem rochas que pesam, alegoria em ti. Tenho tantas saudades tuas. Amar-te foi uma aventura que voltaria a repetir por cada nova vida, por cada (re)começo. Amar-te foi tão forte que força alguma poderá traduzir esta vontade em ver-te. Como foi bom casar contigo e permanecer em ti tantos anos. Fazes-me falta. As lágrimas caem-me pelo rosto e sinto o teu cheiro. O resultado perene, para nós, foi tão forte tão bonito, realeza em nós. Não são doutores, mas são doutos em valores. Vejo neles a tua imagem, a tua atitude, o teu ser, imatura sensação. Tenho saudades tuas, das noites que passamos à lareira, das nossas idas ao campo, dos nossos acordares, do meu sufoco, do teu abraço ao deitar e o teu beijo ao adormecer, enquanto morríamos. Tenho saudades tuas. As lágrimas que me caem no rosto parecem ressuscitar um impulso adormecido. Imagino-te a sorrir, o prazer que em mim provocas. Acredito que onde estejas terás uma nobre missão, mas com o egoísmo do amor sinto vontade de partir e continuar teu, para sempre. Tenho saudades tuas.
Ressuscita em mim!