sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Os Monstros




Morri de ti,
Mesmo antes de saber que nunca parti,
Prostrados um no outro,
Fingias sorrisos de mel,
Brincando às escondidas nesse sentido de pele,
Permanecemos nessa manhã,
Tão cedo que a fomos,
De uma virgindade ausente,
e aí, nessa manhã,
Parti e voltei sem querer,
Que nunca cheguei a chegar.
Os Monstros? Esses, são humanos.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Aqui.





Mas sem nunca nos tocarmos um abraço deixa de existir, 
o toque é indolor à tua presença. 
Sabes, preenche-me o saber que aí estás!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Lançamento Livro Mulher Chuva


Quando dizia que os meus dias de blogger poderiam estar a terminar referia-me a 'isto'. Aproveito para convidar TODOS para a sessão de lançamento do meu livro 'MULHER CHUVA' a realizar-se no próximo dia 16 de Dezembro na Livraria Les Enfants Terribles, junto à Av. Roma, Lisboa.




domingo, 11 de novembro de 2012

Amar sozinho


Um final,
interrupto em mim,
ordinariamente afável,
palpitação, subjugado,
inércia na chegada,
permanece,
como se fosse este
obsoleto vício,
impermeável tesouro,
na pele sente-se,
sem freio,
deslize,
palavras perdidas,
outrora partidas,
amor desfigurado,
por um lato qualquer,
como se assemelha,
a mim.

sábado, 3 de novembro de 2012

Luxúria






Não resgatei do vento, 

Nem fiz da lua minha certeza,

Na algibeira o pura incerteza persiste,

Longe deixo o um vazio vagabundo incerto,

e ausente tão cerca as palavras estão,

Noites turvas em claro são,

No bolso habitam  palavras nuas,

Detalhes de uma imagem tua,

Palavras conjugadas sem predicado,

Destoadas num fácil rimar,

Amores difíceis, outrora fáceis de conjugar.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

De mim farei tempo




Já nada subsiste e de mim terei que abdicar,

Cerrarei portas e fissuras por onde o teu olhar por vezes passou,

Destruirei pergaminhos e sentimentos vazios e deitarei fora este corpo prostituído pelo presente,

Nos sentimentos revejo a vergonha em torno de prazer,

Riscarei qualquer analogia à pura sensatez,

Serei verdade enroscado de ironia,

De mim farei tempo,

E esse, fará de mim o que bem entender,

Entre becos e sorrisos de uma rua iletrada,

Vejo em mim uma interjeição esboçada em ti,

Que de um todo ausente ainda me faz sofrer,

De um amor que habita na minha mente, escrito por ti,

Que do pleno em mim nada reste,

Mesmo que o vazio que permanece em ti, de mim se despreze.

sábado, 22 de setembro de 2012

Porque tudo, sim tudo, tem um fim.




... Receio que os meus dias de blogger estejam prestes a terminar!








Até breve! 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Suja, alma em ti



A minha alma está suja,
Preciso vendê-la,
De nada serve tentar lavá-la.
A água!? Essa apodreceu,
No destoar de um qualquer sabão.
Sujidade velha, algo permanente, odeio-te.
A minha alma oculta-se em mim,
De tão suja quase a consigo disfarçar,
Ninguém daria por tal, alma imunda.
Sigo, duro, de gestos controlados,
Oculto uma podridão em mim,
Tanto dá, guardá-la ou chutá-la,
O nojo? É o mesmo, sou eu.
Ai, se eu pudesse livrar-me de ti,
Horas de sofrimento,
Esfregando e polindo noite após noite,
Essas nódoas que te consumiam lentamente,
Na tentativa de guiar-te,
Transformar-te numa alma de homem sã,
Que outrora serviu-te à boca,
Sem nojo, asco ou rancor,
Onde te confessavas,
Num silêncio mudo de conteúdo,
Num sujo infame,
Triste, banhado em doença,
Mortal desgosto na pele irritada.
Inútil, desajeitada, fútil,
Alma posta sobre a mesa,
Depressa, queimo-a,
Dissipo-a, enjoo-a.
Pausadamente, débil e tranquila,
Uma outra alma apoderar-se-á,
Renasço.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Hábil balanço

Inês Castel-Branco

Você! Sim, você, se quiser conquistar a minha atenção,
Cor sentida, de um cheiro intenso em sacrifício,
Com todo o tempo já passado, mal vivido,
Para ganhar esse sorriso, não apenas pintado de novo,
(Re)Faz-se em carreiras obtusas, trilhado em remendos,
No verdadeiro recomeço de uma história sem fim,
Mesmo daquelas menos percebidas, abundantes em si,
Espontâneas num princípio perfeito no ausente,
Mas que a ele consome debilmente a sua atenção,
onde crê amar, desejar, roer um pedaço que outrora abundou,
Sim, se você ambiciona conquistar a minha preferência,
não me compre, não me julgue, não se divirta comigo!
Dispenso lista de boas-vindas, gestos exageradamente controlados,
Esses docilmente serão arquivados,
Aquando as lágrimas corridas caírem de arrependimento,
Mas aí, digo-lhe, o tempo passou,
Para conquistar a minha confiança, a minha presença,
Digna de tamanha menção,
Você, deverá, antes de tudo merecê-la, pelo que duvido.
Seja rebelde, atue, aja em conformidade,
Sei que não é fácil, mas digo-lhe que eu valho tamanho esforço,
Experimente, seja consciente!
É de si, e para si,
que a conquista - eu - balança por si!

domingo, 29 de julho de 2012

Resta-nos, a Solidão!



Passo a passo, ficamos sós,
Por momentos recordados ou esquecidos,
Como se de guetos ou ruelas se tratassem,
Chegado o instante de identificar as memórias,
Para subscrever um beijo epistolar,
Embora que estupidamente desejado.
Ausentes sem terem morrido,
Vivos dementes, defuntos numa lucidez louca,
Vemos a vida ser respirada por outrem,
Descobrindo nesse estilo que não nos pertence,
A inutilidade da nossa existência,
Numa dissimulada paciência em conter a nossa vida.
Vemos pela janela entreaberta,
O sol quente vivo de inverno numa alma esquisita,
Que versatilmente assaltam os meus sentimentos.
Assistimos à anulação firme e destemida,
De um nome vulgar, algo humano,
Num mundo que não nos pertence.
E tudo aquilo que era lúcido e sentido em nós,
Num doce momento se transforma em pura solidão.

domingo, 22 de julho de 2012

A ti.





Onde estarás tu minha querida luxúria? Tenho saudades. As lágrimas que me caem no rosto parecem rochas que pesam, alegoria em ti. Tenho tantas saudades tuas. Amar-te foi uma aventura que voltaria a repetir por cada nova vida, por cada (re)começo. Amar-te foi tão forte que força alguma poderá traduzir esta vontade em ver-te. Como foi bom casar contigo e permanecer em ti tantos anos. Fazes-me falta. As lágrimas caem-me pelo rosto e sinto o teu cheiro. O resultado perene, para nós, foi tão forte tão bonito, realeza em nós. Não são doutores, mas são doutos em valores. Vejo neles a tua imagem, a tua atitude, o teu ser, imatura sensação. Tenho saudades tuas, das noites que passamos à lareira, das nossas idas ao campo, dos nossos acordares, do meu sufoco, do teu abraço ao deitar e o teu beijo ao adormecer, enquanto morríamos. Tenho saudades tuas. As lágrimas que me caem no rosto parecem ressuscitar um impulso adormecido. Imagino-te a sorrir, o prazer que em mim provocas. Acredito que onde estejas terás uma nobre missão, mas com o egoísmo do amor sinto vontade de partir e continuar teu, para sempre. Tenho saudades tuas.
Ressuscita em mim!



sexta-feira, 22 de junho de 2012

De um inconformismo sentido



Sim, as Putas amam!
Talvez porque não saibam mentir,
De uma imensa subversão ao reto sentido,
começando em ti a inércia da insatisfação,
Como se de um engano se tratasse.
Ajuízas, opinas, renasces,
Sais mesmo quando pareces não entrar,
Não te conformas, irónico destino,
De uma melodia perfumada em conceitos.
Não respondas, urgem as questões,
Significado de um efémero paraíso em ti,
De singelos atentados a um pudor qualquer,
Mudos e breves,
Querem, em ti o retrato de um animal sem freio,
Afirmam que sombras, não existem,
No mundo em ti, no receio vivo,
creio!

domingo, 20 de maio de 2012

Inverso


Não são mais que coisas,
Apenas coisas...

Invariáveis factos de um presente qualquer,
Permanecem.

Estrutura invertida que outrora susteve-me,
Ausente!

Inconsciente leveza de um sentido oscilante,
Desnorteado.

Não deixa de ser tempo,
Apenas um tempo.

sábado, 5 de maio de 2012

Seduz-me




Desconheço a cor das lágrimas vertidas em expressões turvas,

Invisual, não mais que a lucidez da visão.

Sou ignorante e apenas sei o significado da repetição.

Protejo os diários manuscritos dentro da memória de cada letra,

E vou rabiscando ao som de ti.

Qualquer coisa que queira ouvir e o teu toque não me diga...

Qualquer coisa que queiras ser e eu o possa viver,

Que possamos sentir espreitando entre passos e ruídos de saudade do tempo.

Ao lado de bancos perdidos no branco de um novo sonho desconhecido,

Qualquer coisa por entre os dedos desenha corpos estendidos num abraço subtil de um beijo.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Luzes


Quatro da tarde, tomei o jornal e saí para a rua, onde o dia me esperava.
No topo, o sol brilhava timidamente num pálido sentido, porém o frio tomava parte do momento.
Rasguei o correio, num envelope húmido, o único habitante daquele condomínio.
Dentro encontrava-se uma folha rasurada, desajeitada! Delicadamente desdobrei-a, no entanto o seu conteúdo traduziu-se num vazio de palavras em todo o espaço.
Guardei-a em mim!
Entrei naquela rua,
passei a travessa num passo melancólico, não tinha compromissos.
Parei, observei, tudo ao meu redor dançava, num movimento inconstante de o ser, em atos e criações íntimas de o ser, de um tempo por inventar.
Em mim, um ligeiro tremer desassossega-me.
Timidamente observei a vida, sufocando-me num silêncio de e para mim,
Tudo em números, a procura impaciente de eles mesmos, numa busca infinita.
Levei a mão ao bolso, não senti a folha rasurada, já não me pertencia. Era mais um!
Despertei!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Baila



Queria ter dançado com o nascer do sol,
mas o meu par não apareceu,
há quem diga que se arrependeu,
outros provocam, dizendo que se esqueceu,
por fim, aqueles que recordam os sonhos onde o pôr do sol ficou,
e por lá se... apaixonou!

Vem, quero bailar ao teu ritmo,
sou louco, errado, feito de charme,
Em ti, o drama inibe a noite perpetuada,
E sigo, sigo... aqui esperando a nossa dança,
O terno sentido do norte de quem por lá se...
Apaixonou!

sexta-feira, 30 de março de 2012

Meu Fado



Nos dias em que estou distante,
acabando por regressar,
sinto falta da minha ausência,
e de sentir a falta de não sentir,
define a minha solidão,
meu fado esperou-te por mil anos,
morrendo a cada dia de espera em ti,
um dia, quando o fado pertencer ao despertar,
despeÇo-me,
frio como a cama onde me deito,
onde hoje não voltarei,
no amanhã de nada vale pensar,
porque o fado não é citação,
de todo espelhado em actos,
muito menos se lê em palavras,
fado é imperfeição apaixonada,
é retirar prazer do desgosto,
pinta-se no meu obscuro,
fado é o sorriso da dor,
não se perde nos dias,
e os dias nunca terminam,
embora eu tenha que partir,
A-deus!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Grito



Tragam-me a morte!

Porque a minha existência já não me pertence,

quando é fraca e enganada,

quando o fascínio é uma ilusão,

aos olhos de quem me vê,

e permaneces na minha confiança,

num repetido engano,

pelo subtil caminho da ironia,

percebo que afinal desconheço,

e o porquê de vivermos a distância,

o porquê desta ausência,

as desilusões são a minha esperança,

são discursos sem termo,

que nos falam sobre nada,

desprovidas de conteúdo,

senso comum em fantasia,

complemento desfigurado,

matam-me o sentido,

odeio-te por seres em mim,

pela forma arrogante com que me usas,

pelo capricho de mim quando te apetece,

és tu, o meu ser, o meu desgosto,

quem sorri num instante sem rosto,

triste, é ser pedaços de ti!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Flutuo



A inspiraÇão não se deseja a si mesma,

supõe que se cansa do próprio cansaÇo,

omite o que é estar sóbria,

perturbada na consequência de um abraÇo,

enfrenta as arrogantes frases dos normais,

inspirada por meros raros iguais.

Nas madrugadas vagas,

que se sucedem num permanente acordar,

despe-se em vestido num monótono desperdício,

rompe o já gasto esperar.

Encobre o escuro brilhante que ilumina o vago,

mostra-se ao incógnito num irónico pormenor!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Maybe... tomorrow i'll drown!



Desejo nunca mais o ser,

despertar naquele instável que ainda me confunde,

engraçada a forma de me perder em ti,

entre movimentos sem cor,

sem expressões para se lerem,

disfruto nas escondidas do tempo,

divirto-me com o amargo dos dias,

renasce o medo de não mais compreender,

este vício de te reescrever,

felicito as ilusões,

fantasio em torno das emoções,

decoradas de simples provocações,

no pouco que ainda me resta,

em jeito do meu ser, imperfeito...

momentos distantes, ausentes,

num corpo que se debate,

inconscientemente demente!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Rascunho




As frases soltam-se sem vogais,



lêem-se numa plasticidade sem retrato,



transformam-se numa multiplicidade de escrita,



isoladas num obstante significado opaco,



baloiçam entre inspiração e recordação,



sentimento ou desilusão,



outrora desassossego físico de contrastes,



uma imagem translúcida,


escrita no infinito do íntimo,



pedaços vazios de consciências desfeitas,



descontextualizadas de um parelelismo invulgar.