A ti mulher, dessa força
vigente de uma delicadeza floral,
E desse espírito
envolvente roubas a vontade em criar outros seres.
A ordem permanece em ti,
a razão prevalece, os sentidos ocultam-se,
Nesse silenciar do
concílio divino.
As vontades são calmas.
Apaziguam.
Permanecemos, latentes,
escutando esses contos,
Da pedra que grita, o
animal que geme, do sorriso imaginado.
E os cães enraivecidos a
mil sóis,
Desses vultos residentes
imperfeitos,
Ouvem a música sonar, o cio
despoleta, a vontade vigorosa.
E no grosso caminhar,
tropeçamos na angústia,
Nas mazelas do passado
ainda por viver,
Nesse beija-amor, hoje
tu, amanhã aquela.
E nesse baile perspicaz,
ressabiados e vazios,
Sabemos que és tu a quem
desejamos, fantasiamos e amamos.
A noite vai caindo, o
sabor da melodia agre e doce intensifica-se,
Porque a solidão que
habita nas mentes,
Torna-se dolorosa,
insuportável, letal.
E reconhecendo tamanhos
anseios,
Cavamos tenuemente a
minuciosa sepultura,
Dessa cova antecipada
decorada em doce tons,
Esperamos, sorrindo,
Vazios de certezas,
O dia incerto o escurecer
do amanhã.