Sôfrego.
Tenho em mim, as recordações d'um ancestral milenar.
Chego mesmo a temer os dias de tormenta,
O tédio infortuito, infeliz curioso,
Do inverno tenebroso,
Frio e rigoroso, permaneço...
Crente virtuoso.
Um célere contador de cartas e memórias,
Bilhetes de amor, orquídeas, madrigais,
Dos segredos esquecidos, na mente abrigo,
Teus olhos, meu cérebro, vácuos,letais.
Do meu corpo jazem vermes, animais,
Da colónia de margaridas desbotadas,
Jazem em silêncio as modas desprezadas,
Corpo sentido.
E das brumas em terror consciente,
Renasce dum murmúrio brumoso,
A velha esfinge cuja face fria,
Dá as boas-vindas ao sol do meio-dia.
Chego mesmo a temer os dias de tormenta,
O tédio infortuito, infeliz curioso,
Do inverno tenebroso,
Frio e rigoroso, permaneço...
Crente virtuoso.
Um célere contador de cartas e memórias,
Bilhetes de amor, orquídeas, madrigais,
Dos segredos esquecidos, na mente abrigo,
Teus olhos, meu cérebro, vácuos,letais.
Do meu corpo jazem vermes, animais,
Da colónia de margaridas desbotadas,
Jazem em silêncio as modas desprezadas,
Corpo sentido.
E das brumas em terror consciente,
Renasce dum murmúrio brumoso,
A velha esfinge cuja face fria,
Dá as boas-vindas ao sol do meio-dia.
Hugo de Oliveira
Fotografia: Bertil Nilsson