sábado, 28 de fevereiro de 2009

Assusta-me!


Mente-me! Diz-me que o mundo vai acabar amanhã, que o céu irá cair na minha cabeça! Diz-me tudo o que queiras mas não me esqueças, não te percas de mim, não finjas que já não te lembras. Aperta meu sufoco dizendo que o sonho transforma-se em belos pesadelos e que as cores enganam as nossas percepções, mas não me digas que a fuga se torna no caminho a seguir. Mente, disfarça, finge... Assusta-me! Disfarça-te, esconde-te no local menos provável onde a tua voz se faça sentir onde quer que esteja. Coloca diferentes máscaras, mas segue-me, faz sentir a tua presença, aumenta o meu desejo de te ter em círculos simples.
Não percorras este caminho sozinha, quero ficar a teu lado, apoiar a lucidez aterradora de factos perdidos em tempos passados.


Walking alone...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Quero o incerto!


Por mais que a vida nos prenda com força eu quero o incerto, preciso de perder todos os planos que cuidadosamente defino dia após dia. Quero acordar e sentir que não encontro rumo, pois alguém espontaneamente retirou-me tudo aquilo a que tenho direito sem se preocupar com o meu sentir.
Eu sei que sou um simples mortal, onde percorro cada recanto ausente de lugares, vazio de olhares, perdido de sentidos, cheios do incerto... Quero pôr-me à prova e sentir todo o prazer que o improvável me proporcionará. Quero arriscar no pequeno espaço onde o erro é fatal, quero demonstrar a minha capacidade de resposta ao incerto e improvável.
Seria fantástico acordar no escuro e sentir uma cegueira penetrar em mim, sentir a fina linha que delicadamente sustenta a minha pessoa prestes a rebentar e mesmo assim avançar rumo ao incerto...
Quero trocar o certo pelo incerto, o seguro pelo inseguro, quero viver a rotina deslocada que paralelamente me acompanha sem nunca ter ousado invadir o seu espaço. Quero enfrentar de frente essa vida que nos prende e impede de avançar, quero sentir-me único, original, inovador para mais tarde sentires a minha necessidade.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Asfixia-me


Já esqueci as horas que teimam em passar silenciosamente
O tempo escapa devagar entre as minhas mãos
Aliás, nunca existiu
Equivoquei-me e fiz-te acreditar.
Preciso de sepultar todo este sofrimento que me consome
Mesmo não sabendo a sua origem,
O processo de insanidade torna-se constante
Asfixia-me até o sentir me abandonar
E consiga levitar ao ponto de tocar o imaginário, o impossível.
As palavras perdem sentido neste momento
Só a alteza de uma força alcança esse sentido perdido,
Esse suspiro deslocado.
Finjo não sentir a dor deste sofrimento
Que se torna arrebatadora e assassina
Temendo perder o controlo da tua asfixia cínica e dissimulada.

Asfixia... submerge-me, verte e submete!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Só desta vez!


Sinto o teu sofrimento na poeira dos sentidos, onde as cordas que prendem o teu desejo e que mutilam cada membro teu ressuscitam dessa tortura inacabada.
Assisto ao espectáculo que os teus sonhos me proporcionam quando a meio da noite partem em silêncio solitários e imperfeitos por esse mundo fora à procura de novos crentes. Analiso teu doce corpo, louco de desejo, gasto das guerras perdidas das batalhas falhadas, levado pela brisa do vento sem por momentos se opôr. Anseio pelo teu acordar, onde me alegro com esse sorriso perdido que fica por acontecer. Um sopro de uma ideia pouco original onde acabas por sussurar um "olá" forçado e desajeitado.
Como um sopro que nas asas do vento te leva acordas para uma nova batalha, um novo dia, sem por momentos te lembrares do tumulto da noite passada em que me senti um mero espectador das tuas crises de loucura! Nunca te contarei tal situação de esforços presos em laços enjeitados de prazer, torna-se no tesouro a proteger, onde a tua forma de sentir transforma-se nas minhas noites de prazer. Esse erário ficará protegido pelo nosso esconderijo barrado de um sentimento neutro de cor e sabor, que por mais que alterem o seu tom nunca descobrirão os segredos mudos por ele guardado.
Mas... ao fim do dia o sono e o cansaço tornam-se no teu maior inimigo, prendem-te à cama, onde assisto a uma nova noite de loucura, pois as paredes proporcionaram-me tal espectáculo abrindo o seu segredo ao meu íntimo. Será a última vez que assisto a tal beleza... Prometo!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Just time...


Culpado? ... o tempo, o passar dos anos!

Que lentamente desenhou a minha vida
nos traços deste corpo que arrasto.
Onde me petrifico de corpo e alma.
Traços profundos que simbolizam momentos de tristeza,
Alternados pelo risco do fracasso.
Esse tempo que nos fascina e cega a cada instante,
Nos impede de viver coisas simples, pois o amanhã é um outro dia.
Faz-me acreditar, só mais uma vez, que é possível,
Viver esse momento tão fugaz e intenso,
Numa outra esfera, num refúgio construído pelo meu ser.
Leva tudo aquilo que me pertence, mas não me roubes o sonho,
Nem a vontade de sonhar que acreditar não custa.

Tempo... Devolve-me tudo aquilo que deixei de viver, só porque pensei que ainda me restava imenso TEMPO!

A Prova...


Quando afirmavas que ainda não sabia sonhar...

Já eu abria subtilmente o olho e deliciava tudo à minha volta!

Eram incertezas de olhares discretos,
Onde o esquecimento das palavras e o cheiro das sílabas permaneciam em mim.
E esperei... esperei no local onde a brisa soprava em ti.
Tornando-me teu, num beijo nosso.

Permanecemos na nossa realidade desfocada de preconceito,
Onde nos tornamos únicos dentro da diversidade,
Simples e diferentes, como o sabemos ser.

Já não quero pensar, já não quero dizer...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Meu corpo é o teu corpo!


De que serve toda a massa que constituí o meu corpo!? Há momentos em que se torna no mais puro impedimento e seja qual for a postura adoptada do disfarce barato a nossa alma está de joelhos, curvada perante o insucesso da realização. Aguardas que o tempo leve nas suas vontades esse corpo inútil, enquanto eu fico noutra dimensão construída pelas minhas mãos. O que te resta? ... A sensação na ponta dos dedos de um corpo perdido, de uma essência que em ti ficou. As mentiras do corpo confundem todo o leigo que nelas se baseie, pois um corpo despido do preconceito que marca o Homem só poderá ser apreciado por toda a raça vestida desse mal que tão bem caracteriza o teu jeito.
Permaneço na busca incessante pela compreensão de cada curva, de cada recanto, de cada maravilha, porém a reticência do medo que o teu corpo se torne na primeira cova do teu esqueleto mostra-me toda a arrogância que existe num corpo selvagem. Atrevo-me, aliás, a afirmar que o corpo se baseia no carácter de cada um, em que os corpos feios apenas se limitam a espelhar os "podres" que existem em ti.
Corpos mortos, deixam-se ficar por aí, vagueando sem rumo, pois a grandiosa indiferença que tão bem os distingue do simples mortal, espelha toda a beleza que há em si!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Dream, think and do!


Quando envoltos por um sono profundo, produzimos belas obras literárias, os sonhos! São desejos puros onde a verdade descoberta pela inteligência é estéril, não produz a beleza de um gesto... Projectos realizados! Todos os factos não passam de meros sonhos, que perduram no tempo e, num ambiente mais drástico, de espessos pesadelos e confusos imaginados pelo Homem. Todo o projecto ambicioso de cada um não passa de fantasias que se tornam no alívio da miséria dos que insistem em manter acordado em si tal situação.
O sonho não cansa, pois trduz-se no esquecimento que tudo alivia, sendo mais um sono onde o sonho não marca presença, pondo à prova a nossa atenção. Essencialmente reproduzem-se nos factos que observamos, onde os sonhos se inserem nos próprios sonhos criando-se uma atmosfera utópica, onde se manifestam na falsificação da actividade original do inconsciente que cria sem cessar. Há que censurar e condenar todo o gesto, pois o simples esforço é um sonho perdido em torno de uma vida falhada.
Toda a fantasia idealizada resume-se a um simples sonho, onde o erro fatal se manifesta no simples acordar.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

É meu e teu este nosso fado!


É meu e teu este nosso fado, torna-se na sina a seguir numa sociedade podre, em que o pensamento a adoptar passa pela alienação de todo o sarcasmo da simples satisfação à doce indulgência do desprezo que tanto merecem. Torna-se num caso de loucos pois tudo volta, porém torno-me possesso, pois sei que não fico possuído pelo que vem, mas sim pelo que volta. Deixo-me levar pelas tendências egoístas que habitam no culto do meu ser, e perco-me nesse nosso fado.
É esse meu desprezo por tal que soa e não cria... Não deixa lugar para sentimentos de vingança, pois sou subtil, discreto e eficaz.
É meu e teu esse nosso fado, aquele que consegue desprezar o dedo mortífero que tantas vezes se levanta aquando a nossa passagem, mas que insisto em forçá-lo a erguer-se pois a importância do seu sofrimento torna-se na minha vitória, pois é meu e teu este nosso fado!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Espero por ti...


Corpos desabitados, deixados pelo sofrimento da fraqueza que pouco a pouco vão-se perdendo em vícios. Sobre o rancor das esmolas, que mancham a pele seca dos corpos que desfalecem em sítio incerto. As latas e garrafas partem-se e ferem aquele corpo desnudado pela sociedade que geme lentamente com o ardor do álcool e vidros espetados em si.
Corpos humanos transformam-se em números sobre túmulo em terra batida por onde todos passam sem saber que alguém encontrou ali o seu refúgio.
Já não há lugar para tristezas e há muito que as lágrimas secaram naqueles rostos enrugados com tanta sabedoria oculta, perdida nas ruas despidas, nos rostos perdidos.
Já ninguém os procura, ninguém os deseja, ninguém os sente... TODOS os rejeitam!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Quero ser louco!


Loucura... Esse doce estado que estou prestes a cultivar. Torna-se doloroso o raciocínio de adesão à loucura, é uma opção razoável a de ser louco, é uma arte, um dom... Lido com loucos diariamente, diferentes de mim na loucura, pois sei apreciar a loucura e prefiro-a à beleza da sabedoria da indiferença. É mais que certo que todos nós somos loucos, à nossa medida, pois aquilo que me distingue de todos os outros são as virtudes das minhas proporções. Eu gosto de viver a minha loucura, gosto de a levar a extremos, de a concretizar, pois os melhores loucos são os mais sensatos, os mais coerentes os que se assumem diferentes neste mundo convencido da sua sanidade. A minha loucura concretiza-se nos meus sonhos, enquanto luto em busca da razão, que se torna na loucura de todos nós.
Terei todo o prazer em provocar as confidências de um louco, em encontrar a sua terrível honestidade e,cuja inocência só encontro igual em mim mesmo.
Assumo-me louco, sim assumo... Um dia mostrarei a todo o mundo a lucidez da minha loucura, num momento terno e adequado... Até lá utilizo a minha loucura para abrir caminhos para mais tarde todos os sensatos percorrerem o meu caminho, o caminho da loucura!