quarta-feira, 25 de junho de 2014

Cores, livres.



Imagino as cores como elas não são,
Como que se os domingos permanecessem inócuos,
A presente textura da solidão.
Imagino se a dor tivesse uma música,
Ou se a brisa cheirasse a baunilha,
O oceano rabiscasse na queda da paixão,
O insensato prescrito na vaga da tertúlia,
Como se o para sempre fosse um até já,
Ou, simplesmente um minuto daquela hora!


Hugo de Oliveira in "Mulher Chuva" (2012)

Foto: amadeuopinies.blogspot

terça-feira, 29 de abril de 2014

Muralhas

Sonhos perdidos na derrocada divinal,
Dos astros beija-flor entardecido,
Do castelo torpe desvanecido,
Teu corpo vigente, amor carnal.
Se é Verão o cheiro de Inverno,
Poeira em ruínas do sol adormecido,
Um pasmo que sente tamanha dor,
Dessa pele crescente, terra ou animal.
E nos escombros sombrios carpem almas,
Que beijam pedras, procriam heras,
Na roda-viva o bem destruir,
Bebemos desse copo o verbo sorrir,
Tamanho encanto, sonho ou ilusão.
Permiti tombar as ténues muralhas,
De fogo posto amar ou partir,
Acreditei em sonhos suspensos,
Na melodia do beijo vivi,
Em teus lábios traguei a doce ária,
No teu corpo cresci em paixão,
Jorrado em lágrimas torpeci,
Nos teus olhos amor senti,
Permaneci. Parti.

Hugo de Oliveira



Fotografia: Imogen Cunningham

segunda-feira, 31 de março de 2014

Vem, clandestino.


Nesta pedra flutuante rasgo sorrisos,
Na esperança que venhas à noitinha,
Na hora do desassossego, o brilho cansado,
Se as estrelas latentes brilhassem,
Ficávamos unidos na dor de um abraço.
E recordar o sabor das tuas palavras,
O teu cheiro, o perfume do teu passo,
O fulgor no teu olhar, as tuas mãos,
Unidas num beijo, a dor, o cansaço.
Se tu viesses, meu bem, no instante perene e louco,
Rindo e fervilhando na vaga do bem-querer,
Em tons primaveris no pesar do sufoco,
Gritávamos baixinho a força do amor.
E de rosas ao peito, o cravo e sal do mar,
Cerram os olhos perdidos no desejo,
As lágrimas secavam,
Os gritos calavam,
Os braços que fraquejavam,
Estendidos nessa dor.
Ai…
Se viesses doido e clandestino…
Fugiria contigo, nas asas do amor.

(imagem: publicandosonhos.blogspot).

sábado, 8 de março de 2014

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Jangadas do Tejo

Quando as gaivotas deixarem de voar,
e o toque do teu beijo nos envenenar,
sucumbo aos prazeres do suave rio,
visto o corpo da noite,
a alma perene,
deixo-me esquecer,
serei rosto despidos da escuridão,
repouso a mente num banho imundo,
suavemente flutuo na triste solidão,
as insónias saram o arrependimento,
disfarçadas de canoas vigente,
de medos clementes,
vagueiam na margem.


Hugo de Oliveira (página facebook).


sábado, 18 de janeiro de 2014

Apresentação de Livro | Pecado e Luxúria: pasmos eróticos em poesia

Autor: Hugo de Oliveira

Felgueiras | Biblioteca Municipal de Felgueiras | 25 de janeiro, às 16h00
Hugo de Oliveira, nasceu a 27 de março de 1988, numa pacata aldeia do concelho de Felgueiras, porém a vontade de respirar confusão de uma vida cosmopolita levou-o para a agitada cidade de Lisboa.
No tocante à sua formação académica e literária é licenciado em Relações Internacionais (Universidade do Minho), com especialização em Ciência Politica (ISCTE-IUL), diz rever na arte das palavras uma diplomacia abstrata de expressões.
Canhoto assumido analisa de uma outra perspetiva o ângulo literário deste tão nobre dom, a escrita.
Entusiasta das emoções, apreciador nato de artes expressivas, do teatro ao cinema, descreve-se num meio termo de uma obra inacabada.
Data Inicio: 2014-01-25 16:00
Data Fim: 2014-01-25 18:00
 
Fonte: CM Felgueiras