quinta-feira, 22 de março de 2012

Grito



Tragam-me a morte!

Porque a minha existência já não me pertence,

quando é fraca e enganada,

quando o fascínio é uma ilusão,

aos olhos de quem me vê,

e permaneces na minha confiança,

num repetido engano,

pelo subtil caminho da ironia,

percebo que afinal desconheço,

e o porquê de vivermos a distância,

o porquê desta ausência,

as desilusões são a minha esperança,

são discursos sem termo,

que nos falam sobre nada,

desprovidas de conteúdo,

senso comum em fantasia,

complemento desfigurado,

matam-me o sentido,

odeio-te por seres em mim,

pela forma arrogante com que me usas,

pelo capricho de mim quando te apetece,

és tu, o meu ser, o meu desgosto,

quem sorri num instante sem rosto,

triste, é ser pedaços de ti!

2 comentários:

João Roque disse...

Poderoso e belo, mas tão triste...

Anónimo disse...

Maquiavelicamente perfeito! Medonho mas arrebatador sem qlq sombra de dúvida!

Parabéns meu amor!

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