sábado, 6 de dezembro de 2008

O meu estado desajeitado



Sinto-me a divagar com passo firme, com vontades ocas neste rumo em que se tornou a lentidão desesperada do meu ser que segue suspenso em trilhos desnudados. Já usámos todas as palavras nessa rua gasta, onde o silêncio permaneceu intocável! Usámos as nossas mãos, os nossos sentidos, até a calçada da rua sofreu o desgaste com vontades desajeitadas... Sinto-me só, despido de arte em emoções para te oferecer. Noutros tempos, tínhamos tanta arte para oferecer um ao outro.

Sinto-me perdido no tempo dos segredos onde a vontade alheia me invadiu e me sugou a sede de sentir, no tempo em que me perco na multidão, como um simples vulto. Fico à espera do pôr-do-sol, no momento em que os sujeitos deprimidos se cruzam por mim e me desprezam a tal ponto, que eu grito a 7 ventos aquilo que ficou por dizer, neste lugar desajeitado!

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