quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O meu lugar



Sentado em frente a tal máquina podre que forçosamente risca traços meus, sinto-me sozinho! Fechado em quatro paredes frias, nuas e distantes insisto em praticar a minha arte. Entrego-me a tal prazer, encontro-me, defino-me... É aqui que toda a inspiração se liberta, se transforma numa imensidão que me preenche. Todo o silêncio que me rodeia dói, os seus gemidos batem ao de leve na porta entreaberta até entrarem e intalarem-se em mim.
Toda a humidade e podridão presa nas suas paredes inspiram-me para gritar tais poemas, fico possuído por tal beleza, grito a sete ventos o que me vai na alma até cair de desespero e ansiedade. Não é loucura, não! É a revolta de um ser oprimido que apenas deseja ser compreendido, que ambiciona o reconhecimento de tal talento por mais estranho que possa parecer.
E por aqui me encosto a tais paredes, às quais me abraço, às quais possuo... às quais ouvem todos os meus hinos de prazer sem os criticar e os rejeitar...

1 comentário:

Sílvia disse...

Deixa-me adivinhar? N querias escrever isto mas a verdade é que cada vez gosto mais. Mesmo =)