terça-feira, 1 de maio de 2012
Luzes
Quatro da tarde, tomei o jornal e saí para a rua, onde o dia me esperava.
No topo, o sol brilhava timidamente num pálido sentido, porém o frio tomava parte do momento.
Rasguei o correio, num envelope húmido, o único habitante daquele condomínio.
Dentro encontrava-se uma folha rasurada, desajeitada! Delicadamente desdobrei-a, no entanto o seu conteúdo traduziu-se num vazio de palavras em todo o espaço.
Guardei-a em mim!
Entrei naquela rua,
passei a travessa num passo melancólico, não tinha compromissos.
Parei, observei, tudo ao meu redor dançava, num movimento inconstante de o ser, em atos e criações íntimas de o ser, de um tempo por inventar.
Em mim, um ligeiro tremer desassossega-me.
Timidamente observei a vida, sufocando-me num silêncio de e para mim,
Tudo em números, a procura impaciente de eles mesmos, numa busca infinita.
Levei a mão ao bolso, não senti a folha rasurada, já não me pertencia. Era mais um!
Despertei!
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Baila
Queria ter dançado com o nascer do sol,
mas o meu par não apareceu,
há quem diga que se arrependeu,
outros provocam, dizendo que se esqueceu,
por fim, aqueles que recordam os sonhos onde o pôr do sol ficou,
e por lá se... apaixonou!
Vem, quero bailar ao teu ritmo,
sou louco, errado, feito de charme,
Em ti, o drama inibe a noite perpetuada,
E sigo, sigo... aqui esperando a nossa dança,
O terno sentido do norte de quem por lá se...
Apaixonou!
sexta-feira, 30 de março de 2012
Meu Fado

Nos dias em que estou distante,
acabando por regressar,
sinto falta da minha ausência,
e de sentir a falta de não sentir,
define a minha solidão,
meu fado esperou-te por mil anos,
morrendo a cada dia de espera em ti,
um dia, quando o fado pertencer ao despertar,
despeÇo-me,
frio como a cama onde me deito,
onde hoje não voltarei,
no amanhã de nada vale pensar,
porque o fado não é citação,
de todo espelhado em actos,
muito menos se lê em palavras,
fado é imperfeição apaixonada,
é retirar prazer do desgosto,
pinta-se no meu obscuro,
fado é o sorriso da dor,
não se perde nos dias,
e os dias nunca terminam,
embora eu tenha que partir,
A-deus!
quinta-feira, 22 de março de 2012
Grito

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Flutuo

terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Maybe... tomorrow i'll drown!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Rascunho

As frases soltam-se sem vogais,
lêem-se numa plasticidade sem retrato,
transformam-se numa multiplicidade de escrita,
isoladas num obstante significado opaco,
baloiçam entre inspiração e recordação,
sentimento ou desilusão,
outrora desassossego físico de contrastes,
uma imagem translúcida,
escrita no infinito do íntimo,
pedaços vazios de consciências desfeitas,
descontextualizadas de um parelelismo invulgar.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Perpétuo

domingo, 11 de dezembro de 2011
Dimensão
A madrugada como que adormece,
sorridente,
as horas acontecem,
inconscientemente,
o incerto atrai,
duvidas e certezas,
expressões escondidas,
desconhecidas,
pensamentos incertos,
distantes,
somos a indefinição do nós,
especiais,
sentimos,
vivemos,
mas procuramos,
somos metamorfoses,
impulsos,
homens reais,
viciados,
puros no entretanto,
num suspiro,
ofegantes,
pegamos,
pacientes.
domingo, 20 de novembro de 2011
Perspectivas

Eu, manipulo o seu olhar,
encarnando personagens com alguma relutância,
presumo fazer parte de um espaço presente em ti,
numa atitude coordenada de actos indisciplinados,
num gesto de malabarismos mentais,
como se crê-se, pudesse e fizesse,
e não mais acordar!
Olho os rostos entristecidos que me acompanham,
casuisticamente criados e desfigurados na realidade doentia,
absorvidos numa cidade louca que me suga,
que me desidrata, que me consome o corpo, que me fascina!
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Golpe

quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Luxúria
com o cheiro riscado em horizontes,
vejo as folhas morrerem como miragens
pergunto qual o sabor do teu perfume,
se vale o esforço de tentar,
preciso sentir ciúme,
resistir ao medo e avançar,
debaixo de uma luxúria constante,
observas o pensamento inspirador,
desfaço-me em uma presença longínqua,
por mais perto que o teu corpo esteja do meu,
confundo o verbo perder,
conjugado numa farsa imperativa, vive-me!
domingo, 9 de outubro de 2011
Jet Lag

o silêncio consequente,
tristemente disfarçado
nas gavetas perto do cerrar
numa prosa vulga em respostas,
quero sonhar-te,
nesta constante confidência,
neste fervoroso objecto eloquente,
fortuna de bem falar,
mesmo que por instantes deixes de ironizar,
um subjectivo que me faz sorrir,
num labirinto ainda por descobrir,
não me deixes mentir,
pois sofro em não saber,
se ainda me consigo ser,
nestes falsetes meus,
num perfeito demasiado triste,
resumido a um último adeus!
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Color me free!
