"Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!"
Fernando Pessoa
terça-feira, 28 de abril de 2009
Imperfeições disfarçadas
Encontrei no reino da Perfeição pequenos defeitos que peculiarmente me caracterizam e que tão engraçados se tornam! Porém, descobri que essa obra d'arte que um dia me tornei não passou de um insignificante esboço que outrora o artista traçou e rasgou quando verificou que as imperfeições eram mais que muitas. Sou uma espécie de plágio que imita diariamente esse modelo que tantos seguem e me acusam de ser um plano barato, sem originalidade na sua criação. Profanei toda a originalidade do criador que me castigou com traços rasgados em todo o meu ser sem piedade, sem pena, sem o mínimo de respeito pela obra que sou. Hoje, revejo-me nas frustrações inúteis dessas imperfeições que insistem em personificar o perfeito idealizado pela sociedade podre que rejeita, nega e afasta o diferente que há em mim!
Surpreendes-me imenso, e num sentido grandemente positivo, em relação à idade que tens. O que escreves faz sentido e há muito "boa gente" com idade mais que suficiente que escreve coisas só por escrever... Abraço.
Hugo de Oliveira nasceu a 27 de Março de 1988, numa pacata aldeia de seu nome Pedreira, no concelho de Felgueiras, porém a vontade de respirar confusão de uma vida cosmopolita levou-o, atualmente, para a agitada cidade de Lisboa.
No tocante à sua formação académica e literária é licenciado em Relações Internacionais (Universidade do Minho), com especialização em Ciência Política (ISCTE-IUL), diz rever na arte das palavras uma diplomacia abstrata de expressões.
Canhoto assumido analisa de uma outra perspetiva o ângulo literário deste tão nobre dom, a escrita.
Entusiasta das emoções, apreciador nato de artes expressivas, do teatro ao cinema, descreve-se num meio-termo de uma obra inacabada.
Autor dos livros "Mulher Chuva" (2012) e "Pecado & Luxúria" (2013) pretende nesta obra, incitar emoções, despir e provocar sensações outrora imaginadas.
5 comentários:
Mas que belo texto...
ninguém é perfeito fora de um contexto
Surpreendes-me imenso, e num sentido grandemente positivo, em relação à idade que tens.
O que escreves faz sentido e há muito "boa gente" com idade mais que suficiente que escreve coisas só por escrever...
Abraço.
devias ter contacto... um e-mail...
As imperfeições não existem, o que existe é pontos de vista e vistas de um ponto. Lindo texto.
Abraço perfumado
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