domingo, 29 de julho de 2012

Resta-nos, a Solidão!



Passo a passo, ficamos sós,
Por momentos recordados ou esquecidos,
Como se de guetos ou ruelas se tratassem,
Chegado o instante de identificar as memórias,
Para subscrever um beijo epistolar,
Embora que estupidamente desejado.
Ausentes sem terem morrido,
Vivos dementes, defuntos numa lucidez louca,
Vemos a vida ser respirada por outrem,
Descobrindo nesse estilo que não nos pertence,
A inutilidade da nossa existência,
Numa dissimulada paciência em conter a nossa vida.
Vemos pela janela entreaberta,
O sol quente vivo de inverno numa alma esquisita,
Que versatilmente assaltam os meus sentimentos.
Assistimos à anulação firme e destemida,
De um nome vulgar, algo humano,
Num mundo que não nos pertence.
E tudo aquilo que era lúcido e sentido em nós,
Num doce momento se transforma em pura solidão.

2 comentários:

maria joão moreira disse...

gosto mesmo muito. a melancolia, quando lida e não sentida, pode ser muito doce.

maria joão moreira disse...

gosto mesmo muito. a melancolia, quando lida e não sentida, pode ser muito doce.