terça-feira, 1 de maio de 2012

Luzes


Quatro da tarde, tomei o jornal e saí para a rua, onde o dia me esperava.
No topo, o sol brilhava timidamente num pálido sentido, porém o frio tomava parte do momento.
Rasguei o correio, num envelope húmido, o único habitante daquele condomínio.
Dentro encontrava-se uma folha rasurada, desajeitada! Delicadamente desdobrei-a, no entanto o seu conteúdo traduziu-se num vazio de palavras em todo o espaço.
Guardei-a em mim!
Entrei naquela rua,
passei a travessa num passo melancólico, não tinha compromissos.
Parei, observei, tudo ao meu redor dançava, num movimento inconstante de o ser, em atos e criações íntimas de o ser, de um tempo por inventar.
Em mim, um ligeiro tremer desassossega-me.
Timidamente observei a vida, sufocando-me num silêncio de e para mim,
Tudo em números, a procura impaciente de eles mesmos, numa busca infinita.
Levei a mão ao bolso, não senti a folha rasurada, já não me pertencia. Era mais um!
Despertei!