quinta-feira, 19 de maio de 2016

A um ser, perfeito.



Bem-aventurada que a teu lado rasgo suspiros,
Eu, perfeito insciente desse sóbrio vivido,
Gozo ao meu jeito, deleito do teu sussurrar,
E assisto, petrificado ao aplauso dos teus sorrisos,
Nem mesmo Afrodite, Hera ou um bando de Ninfas,
Te conseguirão igualar.
Consome-me esse árduo fogo sutil que me asfixia,
Por meu corpo, ó doce bem-amado,
E no movimento tranquilo que o meu ego abraça,
Sinto, romper, essa voz que sempre me vicia.
Um negro e obtuso caminho entoa meu olhar,
Não escuto.
Fico,
Nesse latejar que ecoa na vizinhança,
Desesperas ofegante, tortuoso prazer,
E pálida, sem dor,
Febril, perdida, sem ar,
Infundes em mim tamanho medo,
Que eu, já sem cor,
Abalado num princípio,
Tremo,
Quase morro,

Nesse amor quase perfeito.

Hugo de Oliveira
Fotografia: anastasia-mastrakouli

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