terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Tu Podes: Lê e Previne!


... E nessas memórias agora divulgadas insisto permanecer em vós, mulheres esperançosas, dessa força vigente e delicadeza floral, envolto de tamanho espírito lutador nesta batalha desigual, que nos rouba lentamente a vontade em viver. Porém, a ordem permanece em vós, e a louca crença em viver prevalece, ocultando sentimentos, do medo pegar o sofrimento aos próximos, preferindo chorar baixinho a dor do cancro. Calem a dor, silenciem o tumor e agarrem-se à vida, aos que tanto amam. E no concílio divino tenham fé num qualquer Deus, onde as vontades calmas apaziguam a vida. E permanecemos em contos e histórias tristes e letais, ansiando que a nossa seja díspar, e tomem o meu exemplo, sem nunca desistir um toque beijou o meu espírito. E em corpos invadidos por um tumor imperfeito, ouvimos a música sonar, tropeçando na angústia e mazelas do passado ainda por viver, nesse beija-amor, hoje tu, ontem eu, amanhã a enorme vontade comum em existir. A noite foi-se dissipando, os médicos sorrindo na doce melodia, porque a solidão que habitou na minha mente, demasiado dolorosa e insuportável dissipou-se. E foram anseios, desejos estagnados que agora parecem rejuvenescer nesta vida que me espera. Sinto, timidamente o amor no meu corpo, este que não reconhecia. E nas lembranças mais dolorosas desmenti e confundi esse malvado tumor, refugiando-me na tremenda vontade em abraçar o que ainda não vivi. E agora, aquela mulher que receava ver-se ao espelho sussurra doces fantasias, dança na fortuna do momento, no imprevisto desse timbre, naquele toque que ainda arrepia. E as emoções outrora adormecidas são o alimento desta sede percorrer o incerto, a descoberta do chão que parecia querer fugir. Criam-se sorrisos narrados a olhares inocentes na hora de partir, esta mulher que vos escreve, que respira a vossa dor, partilha as suas memórias, abraçadas na impossibilidade do toque, caminham juntas nesta dor partilhada, que graças à força do amor ultrapassam esse ‘corpo’ que ousou invadir o teu. Sabes, é-se feliz naquele lugar, onde a luta é constante, fantasiando o mundo por viver, rejuvenescemos imunes à dor, lutamos pela vida, aquela que jamais queremos perder. Sim, é. Ser-se Mulher um privilégio, vencer está ao alcance de todas, respira vida, cala a dor e gritando verbos de amor a vida permanece em ti, mulher ventura, corpo infundido, luta vencida.

Hugo de Oliveira

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