terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Nunca mais

Foto: Sigur Ros

Demais foram os medos, letais e fatais.
Das madrugadas que tais, foram eternas demais,
Todos os ventres conquistados, dos beijos mortais,
Emprenhados, estrangulados, virgens cristais.
Sombrio ventre audaz do amor beberei,
Das trevas perenes corpos celestiais,
Atracados na maresia ao largo do purgatório,
Parti sem destino, sem saber porque embarquei.
E amar por demais, sempre demais, a dor que sufoca,
Do espelho cristalino, meio vertido, sopro divino,
Nas chagas ecléticas almejado destino.
Saboreio a dúvida em partir ou ficar,
Procurando em ti, de mim para mais ninguém,
Do propósito vigente, ao amor me entreguei,
As almas displicentes unidas no eterno,
Dos versos rasgados, o tempo cremei.
E do para sempre a mais direi,
Nunca, prostrado, no amor errei,
Até ao dia, no entardecer solarengo,
A dor do teu abraço chorei,
Dum corpo evasivo, dum amor por demais.
Mais, amar a mais, nunca é demais.


Hugo de Oliveira

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