terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Vida Suspensa


Sinto um ligeiro balancear em torno da minha vida. Qual Península perdida no mar, qual olhar desajeitado espreitando o meu sentido. Foco as manobras racionais dos seres capazes que insistem em debruçar-se sobre os planos frustrados de tantas almas errantes perdidas no meu horizonte.Obrigado por pertenceres à esfera que me protege, obrigado por seres o elo de ligação entre a solidão e o comodismo que insiste em permanecer. Tenho vontade de abrir as minhas asas e voar deste mundo... Voar pela noite fora em direcção ao meu paraíso coberto de incertezas e desilusões. Que vontade de me revelar um anjo perdido neste mundo esquizofrénico, povoado por frustrações andantes, alucinações decadentes e sorrisos simpáticos!
Assisto ao romper da corrente condutora da minha vida, pela qual imensas almas originais rasparam a sola das sandálias rumo à magnificência do seu ego. Caminho esse que eu tomarei, pois sou único, original, racional... Largarei as chinelas pelo caminho para o toque na corrente ser mais subtil e não as romper para já! Tais cordas hão-de partir aquando a passagem de todos os Anjos disfarçados e, aí sim, estarei pronto para assistir.

2 comentários:

Sara Oliveira disse...

Muito bonito e muito bem escrito. Permita-me uma observação sobre o comentário sobre a perda de amigos. Na sua idade, andamos a pular daqui para acolá; a experimentar grupos; afastamo-nos de uns para encontrar outros. Eu tenho alguns (poucos) amigos dessa época mas agradeço-lhes,a eles, exclusivamente terem permanecido. Aos 47 anos é que não é normal ...

Sílvia disse...

Bem, olha nem sei que te diga. Fico calada e pronto. Tu sabes o que acho dos teus textos