quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A vida inspira-te!



... e nessas memórias agora divulgadas, insisto permanecer em vós,
Mulheres esperançosas, dessa força vigente, perfume floral,
Envolta de tamanho espírito lutador nessa batalha desigual,
Que te rouba, lentamente, dita ânsia de viver.
Porém, a ordem permanece em vós,
E a louca crença de sorrir prevalece,
Do medo pegar o sofrimento alheio,
Chorando baixinho a dor do teu cancro.

Calem a dor, silenciem o tumor!

E no concílio divino tenham fé nesse Deus,
Onde a calma vontade apazígua a vida,
Permanecendo em contos, tristes histórias letais,
Ansiando que a sua seja díspar, tamanha ferida.
E dos corpos invadidos pelo mal imperfeito,
Saboreamos a música sonar, tropecido coração feito cristais,
Do passado ainda por viver, desse beijar amor. Persistir.
Hoje tu, ontem eu, amanhã a enorme vontade comum de existir.

E foram anseios,
Desejos estagnados rejuvenescidos na vida que me espera.
Sinto timidamente o amor no meu corpo,
Este que fingia esquecer.
E no tira teimas do espelho letal,
Abraçou seu semblante, sussurrando a doce fantasia,
Dançando a epifania da fortuna,
Tamanha vontade de viver,
Naquele toque que ainda hoje arrepia.

Sabes, na (in)felicidade daquele lugar,
A luta constante de tamanho ser,
Fantasiando alegorias do mundo por viver,
Rejuvenescemos imunes à dor,
Lutando pela vida, aquela que jamais queremos perder.

Sim, é. Ser-se mulher um privilégio.
Vencer está ao teu alcance.
Respira vida. Luta. E cala a dor,
Gritando verbos de amor,
Que a vida permanececerá em ti,
Mulher ventura, corpo infundido, luta vencida.

Hugo de Oliveira

Foto: olhares.sapo.pt

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Tu Podes: Lê e Previne!


... E nessas memórias agora divulgadas insisto permanecer em vós, mulheres esperançosas, dessa força vigente e delicadeza floral, envolto de tamanho espírito lutador nesta batalha desigual, que nos rouba lentamente a vontade em viver. Porém, a ordem permanece em vós, e a louca crença em viver prevalece, ocultando sentimentos, do medo pegar o sofrimento aos próximos, preferindo chorar baixinho a dor do cancro. Calem a dor, silenciem o tumor e agarrem-se à vida, aos que tanto amam. E no concílio divino tenham fé num qualquer Deus, onde as vontades calmas apaziguam a vida. E permanecemos em contos e histórias tristes e letais, ansiando que a nossa seja díspar, e tomem o meu exemplo, sem nunca desistir um toque beijou o meu espírito. E em corpos invadidos por um tumor imperfeito, ouvimos a música sonar, tropeçando na angústia e mazelas do passado ainda por viver, nesse beija-amor, hoje tu, ontem eu, amanhã a enorme vontade comum em existir. A noite foi-se dissipando, os médicos sorrindo na doce melodia, porque a solidão que habitou na minha mente, demasiado dolorosa e insuportável dissipou-se. E foram anseios, desejos estagnados que agora parecem rejuvenescer nesta vida que me espera. Sinto, timidamente o amor no meu corpo, este que não reconhecia. E nas lembranças mais dolorosas desmenti e confundi esse malvado tumor, refugiando-me na tremenda vontade em abraçar o que ainda não vivi. E agora, aquela mulher que receava ver-se ao espelho sussurra doces fantasias, dança na fortuna do momento, no imprevisto desse timbre, naquele toque que ainda arrepia. E as emoções outrora adormecidas são o alimento desta sede percorrer o incerto, a descoberta do chão que parecia querer fugir. Criam-se sorrisos narrados a olhares inocentes na hora de partir, esta mulher que vos escreve, que respira a vossa dor, partilha as suas memórias, abraçadas na impossibilidade do toque, caminham juntas nesta dor partilhada, que graças à força do amor ultrapassam esse ‘corpo’ que ousou invadir o teu. Sabes, é-se feliz naquele lugar, onde a luta é constante, fantasiando o mundo por viver, rejuvenescemos imunes à dor, lutamos pela vida, aquela que jamais queremos perder. Sim, é. Ser-se Mulher um privilégio, vencer está ao alcance de todas, respira vida, cala a dor e gritando verbos de amor a vida permanece em ti, mulher ventura, corpo infundido, luta vencida.

Hugo de Oliveira

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Múltiplos Seres



Foram almas por demais num só corpo,
Enlouquecidas, rudes canibais,
Gestos controlados,perenes animais.
Medíocre ser, arremedo vilão.
E aqueles seres dentro do meu ser,
Enleio de alma para eu [sobre]viver,
Do teu corpo deleito de saudade,
Beijo-lhe as mãos, ao corpo, pés em sombra.
(Sentes?)
E os sonhos nunca antes vividos,
Pretérito (im)perfeito, lúcido e divino,
Permanece em mim, diminutivo comum,
Almejado cretino, tamanho destino,
Dissipando-se no mar, o sonhos perdido.
E da ode gritante, triste o meu fado,
Razões díspares, tumultuosa virtude,
O meio ténue do corpo vivido,
Outrora ausente, agora habitado.

Hugo de Oliveira

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Nunca mais

Foto: Sigur Ros

Demais foram os medos, letais e fatais.
Das madrugadas que tais, foram eternas demais,
Todos os ventres conquistados, dos beijos mortais,
Emprenhados, estrangulados, virgens cristais.
Sombrio ventre audaz do amor beberei,
Das trevas perenes corpos celestiais,
Atracados na maresia ao largo do purgatório,
Parti sem destino, sem saber porque embarquei.
E amar por demais, sempre demais, a dor que sufoca,
Do espelho cristalino, meio vertido, sopro divino,
Nas chagas ecléticas almejado destino.
Saboreio a dúvida em partir ou ficar,
Procurando em ti, de mim para mais ninguém,
Do propósito vigente, ao amor me entreguei,
As almas displicentes unidas no eterno,
Dos versos rasgados, o tempo cremei.
E do para sempre a mais direi,
Nunca, prostrado, no amor errei,
Até ao dia, no entardecer solarengo,
A dor do teu abraço chorei,
Dum corpo evasivo, dum amor por demais.
Mais, amar a mais, nunca é demais.


Hugo de Oliveira